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15/12/2023

ANVISA, antimicrobiano, bactéria, resistência, plano nacional , Antibióticos, Bactérias, Hospitalar/farmacêutico, Infecção, Mercado, Normas e práticas, Saúde, Publicações, Material Técnico, Plano/Recomendação

ANVISA

O Plano Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência aos Antimicrobianos nos Serviços de Saúde da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE) é uma iniciativa nacional para enfrentar os desafios crescentes associados à resistência aos antimicrobianos (AMR) nos serviços de saúde. Este documento tem como objetivo apresentar os eixos, objetivos, ações estratégicas, atividades e metas do PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE 2023-2027, que terá a duração de 05 anos. É importante ressaltar que as ações para o eixo 3 “Reduzir a incidência de infecções em serviços de saúde com medidas eficazes de prevenção e controle” são essencialmente previstas no PNPCIRAS 2021-2025, que define diversas ações estratégicas visando reduzir, em âmbito nacional, a incidência de IRAS e de AMR em serviços de saúde, por meio da implementação de práticas de prevenção e controle de infecções baseadas em evidências. Dessa forma, no PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE 2023-2027 foram elencadas apenas ações estratégicas e atividades que são complementares às estabelecidas no PNPCIRAS 2021-2025. Os objetivos, ações estratégicas e atividades foram definidas considerando o balanço das metas e atividades do PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE 2017-2021, além de revisão de literatura e consulta aos especialistas das Câmara Técnica de Resistência Microbiana em serviços de saúde (CATREM), Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde (CNCIRAS) e especialistas da Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS) da Gerente Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES) da Terceira Diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). O PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE de 2017-2021 atingiu seus objetivos, com realização de grande parte das atividades propostas, representando um grande avanço na prevenção e controle da disseminação da resistência aos antimicrobianos nos serviços de saúde do Brasil. Os resultados das metas e as atividades executadas no PAN-SERVIÇOS DE SAÚDE 2017-2021 podem ser consultados no Relatório de análise de metas e atividades do PAN - Serviços de Saúde 2017-2021, disponível no sítio da Anvisa. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA

Esta nova vigência do PAN – SERVIÇOS DE SAÚDE 2023-2027 norteará futuras ações de vigilância das IRAS e AMR nos serviços de saúde do país.

O impacto financeiro da resistência aos antimicrobianos nas economias globais e nos sistemas de saúde é significativo, uma vez que afeta diretamente na produtividade dos pacientes e de seus cuidadores. Isso se manifesta por meio de internações hospitalares prolongadas e pela necessidade de cuidados mais onerosos e intensivos.

Na ausência de ferramentas eficazes para a prevenção e para o tratamento adequados de infecções resistentes a medicamentos, de melhor acesso a antimicrobianos existentes e de novos com eficácia garantida, é esperado um aumento no número de pessoas cujo tratamento falha ou que morrem em decorrência de infecções.

Uma revisão sobre a resistência aos antimicrobianos foi encomendada em julho de 2014 pelo Primeiro-Ministro do Reino Unido, e o economista Jim O'Neill analisou o problema global do aumento da resistência aos medicamentos e propôs ações concretas para o enfrentar a nível internacional. Este estudo descreve que, com base em cenários de aumento da resistência aos medicamentos para seis agentes patogênicos, até 2050, a menos que sejam tomadas medidas urgentes e eficazes, as mortes causadas pela resistência aos antimicrobianos poderá aumentar para 10 milhões de vidas por ano, com um custo cumulativo para a produção econômica global de 100 bilhões de dólares. A partir dessa projeção, em 2050, o número de mortes poderá ser de uma pessoa a cada três segundos (O'NEILL, 2016).

Preocupada com esse grave problema global, em 2015, a OMS publicou o Plano de Ação Global (GAP) para o enfrentamento da resistência aos antimicrobianos incentivando os Estados Membros a elaborarem e implementarem seus respectivos planos de ação nacionais. Em 2016, durante a segunda reunião de Alto Nível para o enfrentamento da resistência aos antimicrobianos (AMR), o Brasil assumiu oficialmente o acordo com a Aliança Tripartite (Organização Mundial da Saúde – WHO, / Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – FAO; Organização Mundial da Saúde Animal - OIE) para o desenvolvimento de ações de enfrentamento da resistência antimicrobiana, iniciando assim a construção do “Plano de Ação Nacional de Prevenção e Combate da Resistência Antimicrobiana (PAN-BR) ”.

O PAN-BR foi elaborado a partir da discussão entre vários órgãos e entidades públicas do Brasil, incluindo a ANVISA, e foi publicado em 2018, para um período de ação de 5 anos. Além do PAN-BR, o Brasil está empenhado em desenvolver e implementar diversas iniciativas e projetos para fortalecer a vigilância da resistência aos antimicrobianos. Entre essas medidas, destacam-se: a vigilância e o monitoramento das IRAS e dos surtos infecciosos em serviços de saúde, com foco na resistência aos antimicrobianos. Desde 1999, a responsabilidade por essas atividades tem sido da ANVISA em parceria com as Coordenações Estaduais/Distrital/Municipais de Controle de IRAS (CECIRAS/CDCIRAS/CMCIRAS), juntamente com as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) dos serviços de saúde e com os laboratórios de microbiologia dos serviços de saúde, dos estados/DF/municípios e de instituições colaboradoras.

Pautada nos compromissos nacionais e internacionais, a Anvisa elaborou o Plano de Ação da Vigilância Sanitária em Resistência aos Antimicrobianos (PAN-VISA), que tinha o objetivo de nortear a atuação da Agência frente a esse urgente desafio da saúde pública em nosso país, dentro das suas áreas de atuação. Neste documento estavam expostas estratégias de diferentes campos da vigilância sanitária, como da área de alimentos, serviços de saúde, laboratórios, medicamentos, entre outros. Como a descrição das atividades, que envolviam os serviços de saúde no PAN-VISA foi feita sob uma óptica macro, a Gerência de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES/ANVISA) identificou a necessidade de publicar, em 2017, o Plano Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência Microbiana nos Serviços de Saúde. Esse plano teve como foco estabelecer ações de prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos nos serviços de saúde do país, para o período de 2017 a 2021 e buscou fornecer maior especificidade às atividades voltadas para a prevenção e controle da resistência aos antimicrobianos dentro dos serviços de saúde.

Durante esses anos, todas as ações previstas nesse Plano foram monitoradas pela Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS/GGTES/ANVISA), o que possibilitou identificar que muitas ações não foram desenvolvidas devido ao período crítico que vivemos durante o enfrentamento da pandemia da covid-19. Porém, é importante destacar que mesmo diante das adversidades que nosso país enfrentou, importantes avanços em diversos cenários foram alcançados. Inicialmente a intenção da GVIMS/GGTES/ANVISA era publicar uma nova versão do plano em 2022, no entanto, diante da necessidade de lidar com uma série de demandas reprimidas pela pandemia, não foi possível revê-lo dentro do prazo estabelecido.

Dessa forma, em 2023, a GVIMS/GGTES/ANVISA elaborou uma nova proposta de Plano Nacional para a Prevenção e o Controle da Resistência aos Antimicrobianos nos Serviços de Saúde, usando como base o modelo do Plano de 2017 (plano estratégico, plano operacional e plano de monitoramento) que foi revisado pela Câmara Técnica de Resistência Microbiana (CATREM/ANVISA) e pela Comissão Nacional de Prevenção e Controle de Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (CNCIRAS/ANVISA), grupos que prestam apoio técnico à ANVISA.

Este Plano permanecerá vigente de 2023 a 2027, será monitorado pela GVIMS/GGTES/ANVISA e passará por avaliações periódicas que indicarão os ajustes que serão necessários para adequações às novas realidades ao longo dos anos.

Com a promoção e a implementação das ações previstas nesse Plano Nacional a GGTES espera contribuir para o enfrentamento desse grave problema de saúde pública em nosso país, dentro da sua competência e áreas de atuação, por meio do estabelecimento de estratégias nacionais que promovam a detecção, prevenção e redução da resistência aos antimicrobianos nos serviços de saúde do Brasil de forma oportuna e segura.

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